América Latina perde 47 milhões de empregos na pandemia, aponta OIT
por: Eduardo Pinheiro
A Organização Mundial do Trabalho (OIT, um órgão da ONU) atualizou nesta terça-feira (29) suas previsões mais pessimistas, tornando-as ainda mais negativas. O relatório, intitulado Observatório da OIT: A covid-19 e o mundo do trabalho, apontou que a América Latina foi a região mais golpeada pelo desemprego na pandemia, com a perda de 47 milhões de postos de trabalho em tempo integral.
Durante o segundo trimestre do ano, o coronavírus ceifou o equivalente a 400 milhões de empregos em todo o mundo, ou 95 milhões a mais que na estimativa anterior, publicada em 27 de maio. "As novas cifras refletem o agravamento da situação em numerosas regiões durante as últimas semanas, sobretudo nas economias em desenvolvimento, advertiu a OIT.
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Para obter o equivalente em postos de trabalho, a OIT divide o total de horas pelas 48 horas de uma jornada semanal padrão. A América Latina perdeu 20,5% de suas horas, seis pontos a mais que a média mundial. Se forem somados também Estados Unidos e Canadá, a percentagem diminui para 18,3%, mas ainda assim a queda nas Américas supera a da Europa e Ásia Central (13,9%, equivalentes a 45 milhões de empregos), Ásia e o Pacífico (13,5%), países árabes (13,2%) e África (12,1%).
Medidas para o futuro
A OIT adverte que as medidas adotadas para remediar o problema moldarão o futuro do mundo do trabalho "além de 2030. O relatório servirá de ponto de partida para as discussões que a OIT pretende manter na sua Cúpula Mundial da semana que vem. "Espero que os Governos, os trabalhadores e os empregadores aproveitem esta oportunidade para apresentar e escutar ideias inovadoras, afirmou Ryder.
Cenários possíveis
Para o segundo semestre, a OIT calcula três cenários possíveis: um básico, um otimista e um pessimista. O que ocorrerá dependerá do desenvolvimento da pandemia e as decisões dos governos para enfrentá-la.
No cenário básico, onde a suspensão das restrições ao trabalho e a retomada da atividade ocorram de forma lenta, as horas trabalhadas cairão 4,9% com relação ao último trimestre de 2019, ou o equivalente a 140 milhões de empregos em tempo integral. A visão otimista prevê uma recuperação econômica rápida, com 1,2% menos horas trabalhadas (34 milhões de empregos).
O cenário pessimista leva em conta uma segunda onda da pandemia e a volta das restrições. Nesse caso, as horas perdidas representariam 11,9%, ou 340 milhões de empregos.
Com informações do El País Brasil.
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