Legado racista: museu remove busto do ex-presidente do COI nos EUA
por: Mônica Oliveira
Preocupações com o "legado racista do ex-presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Avery Brundage, levou à retirada de busto em sua homenagem no museu de Arte Asiática de São Francisco, nos Estados Unidos. O busto do patrono fundador da instituição olímpica foi inaugurado pela Comissão de Arte Asiática em 1972 e estava no hall de entrada desde então, registra o Geledés.
Brundage, que havia representado os Estados Unidos nos Jogos Olímpicos de Estocolmo 1912 no atletismo, atuou como Presidente do COI de 1952 a 1972, tendo ingressado como membro em 1936. Na época, contrariando o próprio país, ele se negou a boicotar os Jogos Olímpicos de Berlim (1936), em pleno regime nazista.
Avery Brundage, que morreu em 1975, ignorou preocupação estadunidenses com o tratamento do líder do Partido Nazista, Adolf Hitler, ao povo judeu, sua crença na raça superior e o tratamento que dispensaria a atletas judeus e negros representando os EUA em Berlim em 1936.
O diretor do Museu de Arte Asiática, Jay Xu, alegou que não estavam totalmente cientes do passado controverso de Brundage até 2016, quando os funcionários estavam se preparando para as comemorações do 55º aniversário do Museu.
Em uma carta aberta no início deste mês, publicada em resposta ao assassinato de George Floyd em Minneapolis, que levou marchas ao Black Lives Matter em todo o mundo, Xu abordou a questão.
"Se nos orgulhamos de ser os guardiões de uma coleção de arte histórica, devemos lidar com a própria história de como o nosso Museu surgiu, escreveu Xu. "Avery Brundage, cuja coleção forma o núcleo desta instituição, adotou visões racistas e anti-semitas.
"Removemos o nome dele das iniciativas do Museu, mas ainda precisamos abordar essa história de maneira totalmente aberta e transparente. Somente condenando publicamente o racismo de Brundage e examinando os fundamentos de nosso museu podemos nos tornar uma fonte ainda maior de cura e conexão", frisa o texto da carta.
Xu ainda defendeu que "medidas anti-racistas sejam fundamentais para todo o trabalho e processos do Museu, e para a experiência de todos os visitantes. "Nosso museu ainda está aprendendo como podemos alimentar o tipo de interseccionalidade que nos alia a movimentos maiores e promover mudanças dentro de nossa própria instituição, complementou.
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