Instituto Pensar - Jovens divididos no mundo digital, alerta estudo de Harvard

Jovens divididos no mundo digital, alerta estudo de Harvard

por: Igor Tarcízio


(Imagem: Reprodução/Pixabay)

O temor dos especialistas do universo digital sempre foi a possibilidade do aprofundamento das desigualdades. A pandemia agrava essa realidade. Segundo o relatório do Berkman Klein Center da Universidade de Harvard sobre a era digital, 52% da população mundial não têm acesso à internet, e 90% dos jovens e adolescentes sem vida digital estão na África. 

Com o avanço do coronavírus, estar fora da internet significa estar fora também do processo de aprendizado.

mundo digital vai desde o blog escrito, o game, a interação no Instagram até as aulas online e a complexa codificação, novo nome para a programação de dados. Todas essas facetas formam um canal fundamental para o desenvolvimento da criatividade e das habilidades sociais dos mais jovens. 

E, portanto, dão uma poderosa ferramenta de mobilidade social. Por outro lado, a desigualdade digital é mais lesiva aos excluídos do que quando pensamos na sua antecessora, a desigualdade "analógica”, ou o acesso aos recursos convencionais de ascensão social.

Relatório 

Divulgado nesta segunda-feira (29), o relatório do Berkman Klein Center é interessante para educadores, para os que estudam o novo comportamento dos jovens, mas mostra o problema real. Os jovens "são aqueles que demograficamente têm mais alto nível de conectividade”. 

Contudo, diz o texto, eles "não participam nas mesmas condições”. Um lado positivo levantado pelo estudo é o de alguns influenciadores da internet. Uma jovem vegana, por exemplo, que começou a postar receita e, um tempo depois, passou a ser patrocinada pela indústria de comida vegana.

Só que a inserção no mundo digital depende do país em que estão, do nível educacional dos pais, das condições sociais, raciais e de gênero. Então, para reduzir as desigualdades, essa questão deve se tornar urgente em várias nações, impulsionada pela realidade imposta na pandemia. Sem acesso ao mundo digital, não é que o ensinamento fica comprometido. Se torna inexistente.

Situação brasileira

No Brasil, esse situação de desigualdade de acesso encontra um Ministério da Educação conflagrado. Primeiro, um ministro que se preocupava primordialmente em alimentar a guerra ideológica brasileira e pedia até a prisão de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF)

Agora, o cargo está vago há dez dias e com o indicado, Carlos Alberto Decotelli, tentando explicar seu currículo.

Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust), tem R$ 20 bilhões em caixa que poderiam ser usados para investir na informatização de escolas e de estudantes das classes mais pobres. 

Enquanto o governo Jair Bolsonaro propôs acabar com o Fust e outros fundos semelhantes, a tarefa de reduzir a desigualdade digital fica cada vez mais urgente. É preciso agir logo, antes do lançamento do 5G, tecnologia que pôs o país no meio de uma disputa entre os EUA e a China. Ela criará uma brecha difícil de transpor entre os jovens brasileiros sem acesso à tecnologia.

Com informações da revista Veja.



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