Instituto Pensar - Por verbas e propaganda, Centrão recua e apoia eleição em novembro

Por verbas e propaganda, Centrão recua e apoia eleição em novembro

por: Eduardo Pinheiro


Após Congresso indicar que pode autorizar R$ 5 bilhões para prefeituras e retomar propaganda de partidos, deputados passam a aceitar adiamento das eleições

 O deputado Marcos Pereira (SP), presidente do Republicanos.

Após a cúpula do Congresso indicar que pode incluir contrapartidas para a medida ser aprovada na Câmara, como até R$ 5 bilhões para prefeituras enfrentarem a pandemia da covid-19 e a retomada dos programas de partidos no rádio e na TV, o Centrão passou então a apoiar o adiamento das eleições para novembro.

Segundo o deputado Marcos Pereira (SP), presidente do Republicanos, uma das siglas do Centrão, e um dos principais opositores do adiamento, após conversar com médicos e com o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, ele foi "convencido” de que adiar a votação é o melhor a se fazer.

"A beleza da democracia é a capacidade que temos de convencer e ser convencidos pelo diálogo. Eu fui convencido de que o adiamento das eleições para novembro é a melhor decisão a ser tomada. Estamos construindo esse consenso necessário”, disse Pereira.

Até a semana passada, os parlamentares contrários à mudança eram pressionados por prefeitos a não adiar com o argumento de que jogar as eleições para novembro beneficiaria a oposição. Porém, com a possibilidade de reforço no caixa das prefeituras, o discurso mudou.

De acordo com dados do TSE, os seis partidos do Centrão – PSD, PP, PL, DEM, PTB e Solidariedade – assumiram o comando de 1.918 prefeituras nas eleições passada, o que equivale a um terço do total do País.

Reforço nas verbas

A negociação foi costurada no fim de semana pelos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). O valor a mais para os municípios deve ser liberado por meio da prorrogação da vigência da Medida Provisória 938, de 2020, que reservou R$ 16 bilhões para recompor perdas com a arrecadação de impostos na pandemia. A proposta em negociação é prorrogar ajuda até dezembro.

"Estamos dialogando, tentando construir o apoio necessário, ou até a unanimidade, para que a gente possa votar (o adiamento da eleição). Ainda estamos longe disso, mas nossa intenção é, com diálogo, chegar na quartafeira com uma solução para esse tema”, afirmou Maia.

Além do Republicanos, outras siglas do Centrão aderiram ao adiamento, como a bancada do PSD na Câmara, antes dividida. Para ser aprovada, a PEC nº 18/2020 precisa do apoio de 308 deputados.



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