Quem é Lindora Araújo, subprocuradora aliada de Aras em conflito com a Lava Jato
Depois de tentar acessar informalmente provas e documentos sigilosos da Operação Lava Jato, a responsável pelo encaminhamento do caso na Procuradoria-Geral da República (PGR), Lindora Araújo retirou no último domingo (28) sua candidatura ao Conselho Superior da entidade que delibera sobre a gestão do Ministério Público Federal (MPF).
"Colegas, em razão de inúmeras atividades que venho exercendo, resolvi retirar minha candidatura ao CSMPF pelo colégio de subprocuradores, escreveu Lindora em mensagem enviada na rede interna.
Subprocuradora do órgão, Lindora é auxiliar direta do procurador-geral Augusto Aras, e está no comando da operação desde janeiro deste ano. Considerada "braço direito de Aras e pessoa de sua confiança, é ela que comanda também outra investigação sensível na PGR, sobre irregularidades na compra de respiradores e outros itens para combate à covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, nos estados e municípios.
Operação contra governadores
A investigação, considerada controversa por diversos grupos políticos, mirou até agora adversários políticos do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), e já teve como alvo os governadores do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC-RJ), e do Pará, Helder Barbalho (MDB-PA), dentro da Operação Placebo, deflagrada em maio deste ano.
Na Lava Jato, a subprocuradora é vista com suspeição pelos colegas de força-tarefa e coleciona polêmicas com eles. Ela substituiu o procurador José Adonis Callou de Araújo Sá, que pediu demissão.
Debandada
Na última sexta-feira (26), outros três integrantes do grupo na PGR também pediram para sair após procuradores da Lava Jato em Curitiba reclamarem publicamente da tentativa de acesso ao material sigiloso da operação durante viagem à capital paranaense. Hebert Reis Mesquita, Luana Vargas de Macedo e Victor Riccely não concordaram com a condução do grupo.
Na quinta-feira (25), a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba enviou um ofício à corregedoria do Ministério Público Federal (MPF), relatando que Lindora realizou manobra ilegal para copiar bancos de dados sigilosos de investigações de maneira informal e sem apresentar documentos ou justificativa.
Nota ao MPF
Segundo o documento, "não foi informada a pauta da reunião e quem acompanharia a subprocuradora. "Também não foi formalizado nenhum ofício solicitando informações ou diligências, ou informado procedimento correlato, ou mesmo o propósito e o objeto do encontro. Além disso, não informou se a diligência era de natureza administrativa, correicional ou finalística, escreveram os procuradores.
A PGR afirma que os processos em tramitação na Justiça Federal do Paraná têm relação com ações e procedimentos em andamento no Superior Tribunal de Justiça (STF).
Atuação no STJ
Antes de assumir como auxiliar de Aras, a subprocuradora atuava na coordenação de casos penais no STJ. Ela concilia as duas funções. Lá, ela atuou nos casos das operações Satiagraha e Faroeste, da Polícia Federal.
Na Satiagraha, em 2012, defendeu a legalidade da operação que investigava o banqueiro Daniel Dantas dentre outros alvos a operação acabou anulada posteriormente no Supremo Tribunal Federal (STF).
Caso Marielle
Recentemente, LIndora emitiu parecer favorável ao tribunal defendendo a federalização da investigação da morte da ex-vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes. O assassinato ocorreu em março de 2018 e o caso até agora não foi concluído. A polícia suspeita do envolvimento de milicianos no crime. A família de Marielle é contra a federalização.
Com informações do UOL.
0 Comentário:
Nome: | Em: | |
Mensagem: |