Após divergências, PGR diz que Lava-Jato não é órgão autônomo do MPF
por: Mônica Oliveira
Após divergências internas, a Procuradoria-Geral da República (PGR) declarou, em nota, que o desligamento de quatro procuradores do grupo de trabalho da Lava-Jato no órgão já estava previsto e não vai trazer prejuízo às investigações. Em nota publicada no domingo (28), a PGR afirma que a Lava-Jato "não é um órgão autônomo e distinto do MPF e deve obedecer princípios e normas internas.
Diz a nota: "A Lava Jato, com êxitos obtidos e reconhecidos pela sociedade, não é um órgão autônomo e distinto do Ministério Público Federal (MPF), mas sim uma frente de investigação que deve obedecer a todos os princípios e normas internos da instituição. Para ser órgão legalmente atuante, seria preciso integrar a estrutura e organização institucional estabelecidas na Lei Complementar 75 de 1993.
Desacordo
O pedido de demissão coletivo ocorreu após o grupo divergir da forma como o procurador-geral da República, Augusto Aras, tem conduzido os trabalhos da Lava-Jato.
O Valor registra que o estopim da celeuma teria sido uma suposta diligência indevida feita pela subprocuradora-geral Lindôra Araújo, considerada braço-direito de Aras, junto ao Ministério Público Federal de Curitiba. Insatisfeito, o grupo reagiu à tentativa de Lindôra de acessar material sigiloso da operação durante viagem à capital paranaense.
A força-tarefa da Lava-Jato na PGR enviou ofício a Aras e à Corregedoria do MPF manifestando "estranhamento com a conduta da subprocuradora-geral ao realizar "busca informal de dados em arquivos referentes ao início da operação.
Um dos procuradores desligados trabalhava no inquérito que apura a suposta interferência do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal.
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