Aras abre apuração preliminar sobre nota de Heleno a respeito de apreensão do celular de Bolsonaro
por: Nathalia Bignon
O procurador-geral da República Augusto Aras enviou manifestação ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Celso de Mello, comunicando que a PGR instaurou notícia de fato para averiguação preliminar da nota à nação divulgada por Augusto Heleno.
No texto, o ministro do Gabinete da Segurança Institucional afirmou que a apreensão do celular de Jair Bolsonaro poderia ter consequências imprevisíveis para a estabilidade do país.
O envio da notificação foi feita para fundamentar a manifestação de Aras, em que o PGR pedia a extinção de petição do PDT para investigação do caso, por ter esgotado seu objeto.
"Caso surjam indícios mais robustos de possível prática de ilícitos pelo representado, será requerida a instauração de inquérito criminal no STF, para adoção das medidas cabíveis, informou o chefe do Ministério Público Federal ao decano do Supremo.
Resposta ao decano
A manifestação de Aras se dá em resposta ao pedido do ministro para que o PGR se pronunciasse sobre três pedidos de investigação contra o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), apresentados pelo PDT e por parlamentares do PT.
O PDT queria que Heleno fosse investigado por crime contra a lei de segurança nacional. Representantes do PT, por sua vez, apontaram crime de responsabilidade e infração político-administrativa contra o livre exercício do Judiciário, respectivamente.
Nota de Heleno
No texto em questão, Heleno afirmou considerar inconcebível a requisição e disse que, caso seja aceita pelo Supremo, a medida poderá ter consequências imprevisíveis para a estabilidade nacional.
Aval de Bolsonaro
A nota assinada por Heleno foi autorizada por Bolsonaro e chancelada pelos ministros militares. "Eu olhei e falei: O senhor fique à vontade, relatou o presidente no dia em que o comunicado do general foi divulgado. O ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, também endossou a nota. "A simples ilação de o presidente da República ter de entregar o seu celular é uma afronta à segurança nacional, afirmou.
Depois, o ministro-chefe do GSI chegou a dizer que a sua nota era genérica e neutra e que houve uma distorção. "Foi uma nota completamente neutra colocando o problema em si, sem citar nomes, afirmou.
Com informações do Estadão.
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