Instituto Pensar - Deputado bolsonarista destina verba pública a acusados de disparo indevido de mensagens

Deputado bolsonarista destina verba pública a acusados de disparo indevido de mensagens

por: Mônica Oliveira


Otoni de Paula pagou R$ 238,5 mil da cota parlamentar a membros de empresa que foram alvo de representação em eleições

Otoni de Paulo com Bolsonaro – Reprodução web

Um total de R$ 238,5 mil de oriundos da cota parlamentar foram destinados pelo deputado federal Otoni de Paula (PSC-RJ) a acusados de disparo indevido de mensagens de texto e de WhatsApp em eleições. Otoni de Paula, um dos 11 parlamentares bolsonaristas que tiveram quebra de sigilo autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, acumula indícios de relações comerciais de serviços com responsáveis pelas empresas investigadas, destaca O Globo.

A maior parte do recurso público usado de forma irregular pelo apoiador de Bolsonaro foi gasta em 2019. Entre março e dezembro do ano passado, Otoni destinou cerca de R$ 167 mil à empresa Aplicanet Informática, a mesma que nas eleições de 2014 foi acusada pelo Ministério Público Eleitoral de fazer propaganda irregular para Garotinho.

A outra parte da verba proveniente da cota parlamentar, mais R$ 71,5 mil, foi encaminhada por Otoni, desde janeiro de 2020, à Agência Vírgula, registrada na Receita Federal em julho do ano passado em nome de Francisco Carlos de Rezende Junior. Rezende aparece em fotografias recentes no escritório da Aplicanet  ao lado do fundador da empresa, o pastor Alan dos Santos, que, assim como Otoni, é ligado à Assembléia de Deus de Madureira.

Sigilos quebrados

Além de Otoni, vice-líder do governo na Câmara, o jornal registra que outros nove deputados e um senador, Arolde de Oliveira (PSD- RJ), tiveram seus sigilos fiscais, bancário e telemático quebrados neste mês por Moraes, relator tanto desse inquérito quanto do procedimento que apura fake news e ataques ao Supremo.

Por meio de nota as duas empresas negaram vínculo societário. Já o deputado bolsonarista negou que o serviço prestado pela Aplicanet a seu mandato tenha envolvido disparo de mensagens.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) investiga o uso de verbas da cota parlamentar para o financiamento de atos com pautas antidemocráticas pelo país, que pedem o fechamento do Congresso Nacional e do STF. Pelo mesmo motivo, também está na mira da PGR empresas do publicitário Sérgio Vieira Lima, marqueteiro do Aliança pelo Brasil, partido que o presidente Jair Bolsonaro tenta criar.



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