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O tema Economia Criativa vem se destacando e ganhando mais força nos últimos anos.

por redação socialismo criativo em 18/03/2019.

O tema Economia Criativa vem se destacando e ganhando mais força nos últimos anos. O Brasil está atravessando um momento econômico – queda da produção industrial, não crescimento do PIB, ameaça à criação de empregos – semelhante ao que passou a Inglaterra, no final dos anos 1990 do século XX, sob a liderança de Tony Blair, também social democrata do New Labour, o então novo partido trabalhista inglês. À época, Blair deu início a uma experiência que identificava nas atividades ligadas à cultura um verdadeiro vetor de desenvolvimento. Uma alternativa ao chão de fábrica taylorista.

O governo inglês adotou, então, o conceito de – Creative Nation, que já se havia iniciado na Austrália, em 1994. Blair implantou um superministério de turismo e indústrias criativas que se juntou ao DCMS – Departament for Culture, Media and Sport. A Inglaterra percebeu que naqueles anos as Indústrias Criativas estavam crescendo a taxas superiores a economia mundial: 5,2% ao ano. E, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a Economia Criativa, como viria a ser denominada, a produção e a circulação de bens e serviços culturais já representava 7% do PIB mundial com uma tendência muito forte de crescimento, como de fato se verificou. O Banco Mundial, o BID, a UNCTAD (Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento), a OMC (Organização Mundial do Comércio) e outros organismos produziram centenas de estudos e pesquisas sobre a Economia Criativa que chegou institucionalmente ao Brasil.

Segundo o economista Paulo Miguez, vice-reitor da UFBA, isso aconteceu há uma década: "Seu marco inicial foi a realização de um painel organizado sobre o tema no âmbito da XI Conferência Ministerial da UNCTAD, realizada em junho de 2004, em São Paulo. Aí, com intensa participação do Ministério da Cultura, então sobre o comando de Gilberto Gil”, informa Miguez. E, finalmente, em 2011, sob a direção de Ana de Holanda, o Ministério da Cultura cria a Secretaria de Economia Criativa, e posteriormente lança o Plano de Economia Criativa. Plano e Secretaria coordenados por Cláudia Leitão, primeira titular do novo organismo. No Plano de Cláudia e sua equipe estão definidas as linhas gerais de ação enriquecidas por uma série de textos, contendo reflexões e recomendações dos maiores especialistas no assunto. Sua elaboração contou, também, com a participação de titulares e técnicos de todos os ministérios e órgãos ligados ao desenvolvimento econômico e à cultura do governo. Define, inclusive, uma matriz estratégica onde se cruzam os setores envolvidos com os seus respectivos desafios, na busca da transversalidade.

Cria-se, também, um conceito global e um slogan sob o qual deveriam desenvolver-se todas as ações propostas: ―Brasil Criativo E por que isso não aconteceu ainda no Brasil? Os núcleos centrais dos governos não conseguem perceber que cultura e turismo, por exemplo, geram mais empregos – e mais rapidamente e com menos custos – do que indústria, construção civil e energia. E em determinada escala geram igualmente mais excedentes econômicos. Só o turismo é o quinto item da pauta de exportações brasileiras. E poderia ser mais.

Talvez, como diz o próprio Plano: "pelo fato da Economia Criativa caracterizar-se como um novo paradigma econômico, de abundância e não de escassez, a nova economia possui dinâmica própria e, por isso, desconcerta os modelos tradicionais, pois seus novos modelos de negócio ainda se encontram em construção”. E é com base nestas reflexões que propomos ampliar a discussão sobre o tema Economia Criativa, que o PSB possui como destaque e prioridade em sua Resolução Política, para que o mesmo possa ser disseminado entre militantes do partido a fim de sensibilizar, mobilizar e pautar a inclusão do tema em plataformas, projetos e programas de governo, como estratégia de desenvolvimento econômico e social para as cidades e estados. Importante destacar que o conceito de economia criativa engloba inovação, criatividade, cultura, artes, games, tecnologias, música, audiovisual, entre outros.

Em sintonia com a pesquisa acerca do assunto, o PSB Nacional produziu dois documentos básicos em que defende a tese sobre Economia Criativa como Estratégia de Desenvolvimento: o Boletim Conjuntura Brasil n° 6 – Economia Criativa, como Estratégia de Desenvolvimento  e a Cartilha Sobre Economia Criativa . Ambos afirmam que as forças políticas democráticas e a própria esquerda devem se modernizar e que precisamos de um novo projeto nacional de desenvolvimento social e econômico que assegure ao Brasil a inserção soberana na economia globalizada.



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