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Políticas para o bem viver das mulheres negras

por: Da Redação 


"mulheres"
Janda Mawusí é socialista, pedagoga e militante contra a LGBTQIfobia e racismo religioso. Foto: Reprodução via PSB Bahia

Iniciamos o mês de julho com os "pés nos direitos?. 25 de julho é o Dia Internacional das Mulheres Negras, AfroLatino-Americanas, Afro Caribenhas e de Diáspora. Há 19 (dezenove) anos, durante o mês inteiro, no Caribe, em Salvador e em outras cidades do Nordeste, mulheres negras, indígenas e quilombolas, trazem à sociedade discussões pertinentes ao Bem viver. Através do projeto Julho das Pretas, em Salvador, o Instituto Odara celebra a data e coloca a pauta e agenda política das mulheres negras em evidência.

Assim celebramos julho!

Traçando caminhos e elaborando estratégias para a extinção das formas de dominação, contra o sexismo, o racismo e suas formas de opressões. As mulheres se aquilombam numa conjuntura feminina, buscando o aniquilamento da dominação político-cultural e social as quais foram impostas às populações negras, e em especial as femininas em toda diáspora africana.

O primeiro encontro das Mulheres Negras da América Latina e do Caribe aconteceu na República Dominicana, no dia 25 de julho de 1992. Esse encontro marcou a data que foi, então, instituída como marco simbólico de resistência política contra toda forma de opressão, do sexismo, do racismo e de tantas outras formas de dominação político? cultural e social impostas às populações negras e femininas na diáspora africana.

Nesse encontro estiveram presentes mais de 300 mulheres representantes de 32 países da América Latina, que em umquilombo itinerante, decidiram juntar as forças e energias ancestrais para discutir e criar estratégias para enfrentar o racismo de gênero. É uma data também para comemorar, celebrar e fortalecer nossa luta.

Pensar o bem viver para mulheres negras é denunciar toda forma de discriminação, opressão e brutalidade, as quais sempre estiveram submetidas, e articular outras maneiras de viver, onde haja a superação das opressões que alimentaram durante séculos a invisibilidade das mulheres na sociedade.

Pensar caminhos, políticas públicas e sociais é necessáriopara que haja um equilíbrio e equidade para as mulheres.São estratégias afirmativas para combater todo legado patriarcal, racista e sexista existente em nossa sociedade:criar e efetivar políticas de gênero no combate ao racismo;desafiar o patriarcado implícito e imposto no sistema;derrubar o pensamento sexista; extinguir a dominação masculina. É necessário, e urgente também, reconhecer e tornar visíveis as conquistas, os valores, as culturas e sabedoria intrínsecas às mulheres afrodescendentes na sociedade.

É preciso que haja destaque do legado dessas mulheres nos diversos campos de atuações como, na ciência, nos esportes, nas artes, na advocacia, na política, ainda que nesse último sua presença e permanência continue sendo um paradigma a ser quebrado, e em tantas outras áreas tanto no social, quanto no cultural.

Leia também: Julho das pretas: empoderamento é a chave para as meninas negras

Contra tudo isso que se coloca e em favor da vida e do bem viver, foi que no último dia 25 de julho, um aquilombamento negro feminino foram às ruas de diversas cidades do Brasil, reivindicando e se colocando àdisposição da paridade de gênero e reivindicando alternância de poder nos sistemas de governos brasileiros. Reconhecer a urgência da presença feminina nas instâncias de poder é democratizar os espaços que há séculos foram e são, ainda, hegemonicamente liderados por homens.

Nesse sentido, esse texto traz memórias de um movimento internacional democrático de direito para denunciar as opressões e reivindicar a inclusão de um lugar onde todas as mulheres possam ser livres verdadeiramente, onde seus corpos, seus jeitos, seus desejos e suas vidas sejam autônomas e protagonistas de si mesmas.

Queremos nos ver enquanto protagonistas de nossas vidas,sem abusos. Ddesejamos a inclusão dos nossos direitos constitucionais republicanos. Merecemos a paridade de gêneros nos espaços de poderes e decisões. Precisamosque os partidos políticos de esquerda progressistas nos vejam com prioridade e respeito nas disputas eleitorais. Desejamos ser parceiras, mas sentando à mesa e discutindo sobre nós e sobre tudo.

Reivindicamos uma nação sem racismo, sem sexismo, sem violências e pelo Bem Viver!

MULHERES, FILIEM-SE AO PSB!

Janda Mawusí é socialista, pedagoga, educadora social, militante contra a LGBTQIfobia e ativista contra o ódio e racismo religioso



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