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Indígenas na Economia Criativa

Nós do Instituto Kabu, associação criada e dirigida pelos Kayapó Mekrãgnoti, sabemos do desconhecimento e da invisibilidade dos povos indígenas pela maior parte da população. Por isso, entendemos as dúvidas manifestadas a partir do nosso projeto, nesse contexto.

O projeto das alpargatas foi criado e desenvolvido por nós, Kayapó, dentro de um projeto de alternativas econômicas, que vem sendo estruturado há mais de 10 anos. Os resultados são enormes. Somos uma das experiências exitosas de conservação da floresta, geração de renda, valorização e salvaguarda da produção cultural, material e imaterial.

O entendimento de que se trata de uso de mão de obra, apropriação cultural ou interferência é equivocado. Compreendemos que devido ao histórico de uma política de exclusão e de extermínio físico e cultural dos povos indígenas, no país, temos, como efeito, os mais variados desafios e problemáticas.

Pedimos respeito em relação a nossas iniciativas, especificamente sobre essa das alternativas econômicas, que busca a autonomia das nossas comunidades, o protagonismo das nossas lideranças e instituição, para além das leis ambientais e indigenistas vigentes, à nossa própria cultura e organização social.

Em 2017, nós, do Instituto Kabu, estudamos alternativas para o escoamento das pinturas (arte gráfica) da Mulher Kayapó e desenvolvemos um produto novo, as alpargatas Kayapó. Nós, do Instituto Kabu, convidamos uma empresa de calçados para nos ajudar, nós fizemos o contrato no qual a empresa aceitou ceder o uso de sua marca, a fim de ganharmos mais mercado.

Como já dissemos, não existe apropriação cultural por parte de terceiros, apenas o uso das nossas pinturas para gerar renda e reforço do nosso importante trabalho.

Entendemos que a maioria das pessoas, desconheçam que existam associações indígenas criando e desenvolvendo seus próprios projetos. Nossas comunidades, nossos artesãos e artistas são capazes de criar e gerenciar seus próprios projetos e as parcerias são bem-vindas.

Não se pode desqualificar um trabalho sério e afastar pessoas, empresas e instituições que estão somando no fortalecimento do nosso trabalho.

Atenciosamente 
Anhê Kayapó.
Presidente do Instituto Kabu.

Ver mais: Socialismo
Criativo




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