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?Lava Jato não só não acabou como mal começou?, afirma Fachin

por: Eduardo Pinheiro 


Ministro Edson Fachin durante sessão do Supremo Tribunal Federal (STF) para julgar o pedido de habeas corpus do ex-ministro Antonio Palocci.
Foto: Nelson Jr./SCO/STF

Em entrevista à Folha de S. Paulo, o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que a dissolução da Lava Jato pela Procuradoria-Geral da República (PGR) não significa o fim da operação. Segundo o magistrado, a Lava Jato chegou no "andar de cima? e a operação "não só não acabou como mal começou?.

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Para o relator das investigações no Supremo, o que pode estar prestes a acabar é o "lavajatismo?, a "doença infantil que surgiu da Lava Jato?, segundo ele, e que de um lado só vê defeitos nas apurações e, de outro, só enxerga qualidades na atuação da operação. Fachin também ressaltou que a corrupção de agentes do Estado tem apresentado "sintomas de revigoramento?.

"Quando se observa o panorama presente, começa a se verificar que alguns episódios de corrupção que pareciam em tese banidos do cenário nacional voltam a se apresentar, basta ver os jornais de 2018 para cá.?

Corrupção da democracia

Para o ministro, o tipo de corrupção que mais o preocupa é o que classificou como "corrupção da democracia?, que seriam um conjunto das circunstâncias que mostram que Brasil está vivendo processo desconstituinte.

Como sintomas desse processo, Fachin citou a remilitarização do governo civil; intimidações de fechamento dos demais Poderes; declarações acintosas de depreciação do valor do voto; ações que atentam contra a liberdade de imprensa; incentivo às armas; recusa antecipada de resultado eleitoral adverso e a naturalização da corrupção de agentes administrativo.

Todos esses sintomas, no entanto, foram reforçados e defendidos pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), sua família e seus ministros.

"A grande corrupção no Brasil funciona como o coronavírus, provoca efeitos danosos imensos, mas não é visível a olho nu?, afirmou.

Eleições e Arthur Lira

Vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Fachin destacou sua preocupação com as eleições presidenciais em 2022. Desde sua campanha eleitora, Bolsonaro defende o voto impresso e o fim das urnas eletrônicas. Sem apresentar qualquer prova, o mandatário chegou a afirmar que a eleição de 2018, na qual ele venceu, foi fraudada, pois ele teria ganho ainda no primeiro turno.

"Minha preocupação central, razão principal pela qual hoje estamos conversando, é a preocupação com as eleições de 2022 e a higidez do sistema eleitoral brasileiro. É preciso defender a democracia, proteger a democracia e proteger o sistema eleitoral brasileiro. Dentro dele como instrumento da democracia nós vamos sair da crise sem sair da democracia?, afirmou.

Além disso, Fachin sustenta que o investigado torna-se réu no momento em que a Justiça aceita a denúncia do Ministério Público, o que significa dizer que, na visão dele, o novo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), é réu e não pode assumir a Presidência da República.

Com informações da Folha de S. Paulo



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