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Eleições 2020: um a cada dez candidaturas a prefeito é de mulheres

por: Renata Noiar 


Mulheres ainda são minoria no lançamento de candidatos ao Executivo municipal. Na disputa para a Câmara Municipal, 34% das candidaturas são de mulheres Foto: Reprodução

Uma a cada dez candidaturas para as prefeituras é de mulheres. São 2.496 mulheres candidatas para o Executivo municipal num total de 19.141 candidatos (13% do total). Na disputa a prefeito elas não são maioria em nenhum dos 33 partidos com base no repositório de dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O levantamento foi feito pelo G1.

Mulheres ainda são minoria no lançamento de candidatos ao Executivo municipal. Na disputa para a Câmara Municipal, 34% das candidaturas são de mulheres. Especialistas dizem que a participação da feminina na política ainda é baixa, mesmo comparando o Brasil com países da América Latina.

Esse percentual de mulheres concorrendo à prefeitura é o mesmo registrado nas eleições municipais de 2016 e 2012.

Leia também: Verba partidária para mulheres depende de estatuto de cada partido

O baixo número de candidaturas femininas, pelo demostrado no levantamento, se repete na disputa para a Câmara Municipal. Nestas eleições, elas são 34% dos candidatos a vereador. São 175.312 (de um total de 509.969 candidatos ao cargo). Em 2016, esse percentual era de 32%. Em 2012, 31%.

De forma efetiva, a cota de, no mínimo, 30% para candidaturas de mulheres passou a valer após a minirreforma eleitoral de 2009. Antes disso, a lei previa a reserva de 30% das vagas, mas os partidos deixavam essas vagas vazias.

Nestas eleições, as taxas mais altas de candidaturas a prefeito e vereador são, principalmente, de partidos à esquerda no espectro político, como PSTU, PSOL, PT e o nanico estreante UP. Na corrida por prefeituras, PCB e Novo lançaram menos candidatas. Para o Legislativo municipal, o PCO registrou o percentual mais baixo, abaixo da cota: 21%.

Candidaturas delas

A cientista política Teresa Sacchet, professora do programa de pós-graduação do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre a Mulher da Universidade Federal da Bahia (UFBA), lembra que as mulheres já garantiram a reserva de, no mínimo, 30% das vagas para eleições proporcionais, mas diz que isso ainda não refletiu completamente nas urnas.

Segundo ela, o número de mulheres eleitas até aumentou nas eleições de 2018 em comparação com os anos anteriores, mas a participação feminina no Brasil ainda é baixa. Algumas mudanças na legislação, como a cota de vagas e a mesma regra para o repasse do Fundo eleitoral, têm contribuído para mudar esse quadro.

Ela lembra ainda que nestas eleições surgiram também mais cursos voltados para a capacitação de candidatas, como o "(Re)Presente! Mais Mulheres na Política?, que ela coordena. Para a cientista política, os partidos precisam encarar a representação de mulheres e negros na política como uma questão importante.

"A maior parte das eleitas ainda é branca. Mesmo em estados como a Bahia, quase 70% das eleitas são brancas, sendo que 82% da população é negra. Então tem muita desigualdade, muita desigualdade na disputa, muita luta. As regras implementadas são boas, porém não estão sendo cumpridas?, afirma Teresa.



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