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O TURISMO NO GOVERNO WAGNER - REPOSTA AO RADIALISTA MÁRIO KERTÉSZ




O radialista Mário Kertész afirmou ontem, dia 14 de julho, durante o comentário sobre turismo na Bahia, "que o governo Wagner foi o pior que poderia haver nesta cidade". Afirmou ainda que a Feira de São Joaquim não saiu e que a promoção do turismo foi zero. Embora não tenha sido citado nominalmente cumpro o meu dever,como ex secretário, de esclarecer os fatos.

A verdade é que o turismo no governo de Jaques Wagner cresceu por qualquer parâmetro de avaliação que seja adotado. Um dos principais, que é o do fluxo de passageiros nos aeroportos, o crescimento foi de 100%. De janeiro de 2007 a janeiro de 2013 o número de desembarques em Salvador foi de 22 milhões, enquanto que no período imediatamente anterior (2001 a 2006) foi de 11 milhões. Números da Infraero para quem quiser conferir. Claro que os desembarques não foram apenas de turistas, mas esse é um parâmetro utilizado em todo o mundo para medir o fluxo de turistas.

O investimento privado no turismo mais do que duplicou. Em 2006 o investimento privado, segundo a Suinvest, era de 2,2 bilhões de dólares. Em 2013 esse investimento passou para 6,4 bilhões de dólares. 

Independente da opinião pessoal do Sr. Mário Kertész sobre nossa gestão, entendo que as suas afirmações não correspondem à realidade dos fatos. E é em favor dessa realidade que faço os seguintes esclarecimentos:

1. Não era só com a cidade de Salvador que a gestão do Governo do Estado deveria se preocupar, mas com todo o Estado.

E nesse sentido interiorizou-se como nunca o turismo baiano:

a) incentivando os voos regionais para os aeroportos de Lençóis (que há mais de 3 anos não recebia voos regulares), Paulo Afonso, Valença e aumentando e aumentando as frequências para Ilhéus e Porto Seguro;

b) estimulando o Turismo Rural que saiu de 12 para mais de 100 estabelecimentos;

c) estimulando com obras e promoção o Enoturismo em Juazeiro e Casa Nova, inclusive com as iniciativas privadas, como o Vapor do Vinho;

d) implantando a Sinalização Turística Rodoviária das Costas do Dendê, Descobrimento, Cacau e parte da Baía de Todos os Santos;

e) assegurando o apoio ao Festival do Chocolate e a Rota Turística do Chocolate na Costa do Cacau;

f) além disso, o apoio a festivais de música, competições esportivas (bike, regatas, surfe), festivais gastronômicos.

2. Quanto à Feira de São Joaquim afirmo que tenho responsabilidade enquanto secretário do governo, mas enquanto Secretário de Turismo minha culpa é zero. A obra sempre foi tocada pela Conder. O plano original foi elaborado pela Secretaria de Cultura. E a Setur passou a presidir um grupo de trabalho porque o recurso de 30 milhões era proveniente do Ministério do Turismo por emenda parlamentar oriunda da Câmara dos Deputados, quando Lídice da Mata era coordenadora da bancada.

Os feirantes conhecem o meu empenho para a realização daquela obra que, apesar de tudo, avançou durante nossa gestão. No saneamento da enseada, na abertura do balcão Água de Meninos e no início da implantação da 1ª etapa (mercado do peixe, arenas de animais vivos e de artigos religiosos, que será inaugurada nos próximos dias.

3. E quanto a afirmação de que a "promoção do turismo foi zero", trata-se de absoluto desconhecimento, deliberado ou não, dos fatos.

Além das ações nos mercados emissivos nacionais (mais) e internacionais (menos) realizados pela Bahiatursa em São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Brasília, Paraná e outros estados, além das ações desenvolvidas em Buenos Aires, Santiago, Miami, Lima, Nova Iorque, Paris, Milão, Madri, Lisboa, Estocolmo, Berlim, trouxemos para a Bahia cerca de 300 "buyers" de todos esses mercados (operadores e agentes de viagem que compram a Bahia) para o I e II Salão de Turismo da Bahia. As 13 zonas turísticas da Bahia foram mostradas e vendidas como nunca nesses eventos.

Um III Salão foi realizado em 2014 sob a gestão que sucedeu à nossa.

A realização desses salões era uma velha reivindicação do trade, posto que a venda mais eficiente do produto BAHIA é feita com a presença dos compradores "in locun".

Investimos também em produtos turísticos com capacidade de atração turística ou de aumento de permanência do turista em Salvador e na Bahia. Um dos melhores exemplos foi o Grande Prêmio Bahia da Stock Car que realizamos durante 4 anos.

Conseguimos transformar o São João da Bahia em produto turístico, realizando ações promocionais nos mercados emissivos (São Paulo, Rio de Janeiro, minas Gerais, Brasília e Buenos Aires, anunciando a grade musical com antecedência e fazendo propaganda do São João fora da Bahia, meses antes. A CVC que vendia apenas 12.000 pacotes em junho de 2008, passou a vender 39.000 pacotes em junho de 2013. Resultado concreto, números da própria CVC.

O Espicha Verão, a Semana da Diversidade com a Parada Gay, as ações do Turismo Étnico, foram iniciativas que tanto atraíam fluxo turístico quanto aumentavam os dias dos turistas na cidade.
Além desses pontos citados pelo radialista (Feira, promoção e São João), ações estruturantes foram realizadas pelo governo Wagner no turismo da Bahia:
• o maior programa de qualificação profissional da história do turismo da Bahia com cerca de 20.000 pessoas (garçons, camareiras, recepcionistas, Polícia Militar, Empresários) foram capacitados em cursos patrocinados pela SETUR, com recursos do Ministério do Turismo;

• um dos melhores call-center turístico do Brasil, o Disque Bahia Turismo, em três línguas, funcionou durante 7 anos prestando importante apoio ao turista na Bahia;

• o melhor projeto de receptivo turístico do Brasil para o Carnaval e a Copa do Mundo, o de Guias e Monitores atendendo mais de 100.000 turistas nesses eventos;

• o maior investimento num só destino turístico – a Baía de Todos os Santos – teve os seus estudos, planejamento e os recursos de 85 milhões de dólares assegurados pelo BID durante o governo Wagner, sob nossa gestão;

• o primeiro Observatório do Turismo da Bahia foi estruturado a partir das pesquisas realizadas pela FIPE;

• o primeiro (e até agora único) curso de Gestão do Turismo para Secretários Municipais e Técnicos de Turismo em convênio com a UFBA, atendeu a 130 alunos das Zonas Turísticas, com uma carga horária de 340 horas.

• Com recursos captados pela SETUR junto ao MTur foi dada continuidade ao PRODETUR Nordeste II, o que possibilitou a CONDER e ao IPAC realizar a recuperação das Igrejas do Boqueirão, Rosário dos Pretos, Pilar, a asa das Sete Mortes e o Palácio Rio Branco.

• a maior intervenção na estrutura do Centro de Convenções também foi realizada no governo Wagner (gestão de Antônio Carlos Tramm) em 2010. Posteriormente foi preparado, a nosso pedido, um projeto de terceirização, única solução realmente viável para o Centro. Com licitação já realizada pela Desenbahia o projeto da KPMG está pronto.
Tudo realizado contando apenas com recursos de menos de 0,5% do orçamento do Estado, quando o turismo representa mais de 7% do PIB baiano.

Finalmente deixamos como legado institucional a Lei Estadual do Turismo que finalmente começa a ser implantada, inclusive com o Conselho Estadual de Turismo presidido pelo Secretário Nelson Pellegrino.

Em nome das boas práticas jornalísticas e da honestidade intelectual, coloco essas informações à disposição do Sr. Mário Kertész para divulgação.

Domingos Leonelli
dleonelli@uol.com.br



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